Postado em segunda-feira, 19 de maio de 2025 às 20:08

Onde você esconde seu racismo?

Allan A. Tajerina, estudante do 3º ano do ensino médio, faz uma análise sobre o racismo no Brasil. Confira!


 Por Allan A. Tejerina*

No Brasil, país com a maior população negra fora da África, o racismo continua sendo uma realidade silenciosa e, muitas vezes, negada. Quando falamos de racismo, muitos se apressam em dizer: "não sou racista", como se a ausência de xingamentos explícitos ou atos violentos bastasse para apagar as marcas profundas do preconceito. Mas o vídeo do canal MultiRio nos convida a olhar além do óbvio e a perguntar: onde você esconde seu racismo?

O racismo brasileiro é sutil, mascarado por piadas, estereótipos e pela falsa ideia de democracia racial. Ele aparece quando se desconfia automaticamente de uma pessoa negra em um shopping, quando se elogia um cabelo crespo dizendo que "parece peruca", ou quando se nega oportunidades com base em critérios "neutros", que na prática, excluem.

Há um movimento crescente de valorização e afirmação de identidade negra. O sucesso do filme Pantera Negra, por exemplo, mostrou ao mundo (e ao Brasil) o poder de uma representação positiva. Em vez dos tradicionais papéis estereotipados, Pantera Negra ofereceu ao público imagens de heróis, líderes e cientistas negros, inseridos em uma cultura rica e tecnologicamente avançada, inspirada em referências tradicionais africanas. Ver crianças negras se reconhecendo na figura de T´Challa ou na guerreira Okoye foi mais do que entretenimento: foi uma revolução simbólica.

No Brasil, movimentos culturais como o samba, o rap, o candomblé, a capoeira, a umbanda e os turbantes afro-brasileiros são exemplos de resistência e beleza negra que precisam ser celebrados, não marginalizados. Aceitar essa diversidade como parte da identidade nacional é um o essencial para combater o racismo estrutural persistente.

Reconhecer o racismo que habita em pensamentos, olhares e silêncios é o primeiro o para mudá-lo. Não basta não ser racista - é preciso ser antirracista. E isso começa com a coragem de perguntar, sem medo nem desculpas: onde eu estou escondendo o meu racismo?



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